29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Queiroz depõe na PF e praticamente fica em silêncio sobre acusações de crimes

Advogado diz que o cliente teme ser assassinado

Queiroz faz sua primeira aparição na PF, mas não revela nada

O ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro e amigo pessoal do presidente Jair Bolsonaro, Fabrício Queiroz, prestou depoimento à Polícia Federal nesta segunda- feira, 29,  e praticamente manteve silêncio sobre as acusações de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução de Justiça.

Foi a primeira vez  em que ele confrontou pessoalmente 1 interrogatório desde que foi preso, no dia 18 deste mês. Em declaração à imprensa o advogado dele chegou a dizer que o cliente teme ser assassinado.

De acordo com apurações da TV Globo e do jornal O Estado de S. Paulo, Queiroz negou que tenha recebido informações antecipadas a respeito da operação Furna da Onça, deflagrada pela Polícia Federal em 2018. A versão contraria testemunho do empresário Paulo Marinho, ex-aliado dos Bolsonaros.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Marinho disse que Flávio Bolsonaro recebeu informações, pouco depois do 1º turno das eleições de 2018, de que a superintendência da PF no Rio de Janeiro faria operação que atingiria seu então assessor, Fabrício Queiroz.

Aquela operação não o mirou diretamente, mas foi dela que surgiu o relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que levou à investigação do suposto esquema de “rachadinhas” no gabinete de Flávio na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Apontado como operador do esquema, Queiroz foi exonerado pouco tempo depois do suposto vazamento.

No depoimento à PF, Queiroz disse que foi exonerado a pedido. Disse que estava cansado. Ele foi assessor de Flávio de 2007 a 2018.

O ex-assessor está preso preventivamente em Bangu 8, por decisão do Juízo da 27ª Vara Criminal do Rio.