29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Região Nordeste foi a mais prejudicada com o corte no Capes

Áreas de engenharia, educação e medicina estão entre as mais atingidas pelos congelamentos em 2019

Bolsonaro e o ministro da Educação, Weintraub

O corte de bolsas para pós-graduação feito pelo governo Jair Bolsonaro em 2019 teve maior impacto no Nordeste e os cursos mais atingidos são das áreas de engenharia, educação e medicina.

Neste período, foram canceladas 7.590 bolsas para financiar pesquisas de pós-graduandos. No total, são 84,6 mil estudantes atendidos com financiamento. A Capes paga R$ 1.500 na bolsa de mestrado e R$ 2.200 no doutorado.

Do total de benefícios, 7.114 são ligados aos chamados programas institucionais da Capes, em que a concessão do recurso ocorre entre o órgão e o programa de pós-graduação. Outras 476 bolsas integram acordos e editais específicos, em geral por temas e abertos a várias instituições.

As bolsas são financiadas pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), órgão vinculado ao MEC (Ministério da Educação), pasta comandada por Abraham Weintraub, responsável por bloqueios de orçamento no ano passado. As medidas provocaram a redução de investimentos.

Regiões

O número absoluto de bolsas canceladas foi maior no Sudeste, mas proporcionalmente a região mais afetada foi o Nordeste. No Sudeste, os cortes atingiram 2.882 bolsas. Só a USP (Universidade de São Paulo) perdeu 420. Como a região concentra o maior número de programas e órgãos de pesquisa, os cancelamentos representaram 6% do total.

As instituições do Nordeste perderam 2.063 bolsas, o equivalente a 12% das bolsas antes vigentes. Essa região do país tem um sistema menor e mais novo de pós-graduação e pesquisa. Em todo o país, foram canceladas 8% das bolsas.

Os critérios adotados para a redução do benefício foram, primeiramente, o de ociosidade, mas que não houvesse bolsas ociosas, já que elas apenas seriam atribuídas a novos pesquisadores, e finalmente o de qualidade, com base em avaliações realizadas pela Capes.

Os efeitos seguirão neste ano. Não há planos para novos cortes, mas a verba para o órgão em 2020 é menor do que a do ano anterior