25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Retomar obras paradas no País é ajudar no desenvolvimento, diz Otávio Lessa

O tema foi discutido em reunião do CNJ com presidente dos tribunais de contas

Presidentes dos tribunais de contas participam de reunião com o CNJ

Retomar as obras paralisadas no Brasil deve ser uma meta dos Tribunais de Contas do País. Este, pelo menos, foi o entendimento dos presidentes dos tribunais contas dos estados brasileiros, durante reunião com o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, em encontro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O presidente do Tribunal de Contas de Alagoas, Otávio Lessa, defendeu esse encaminhamento, considerando a necessidade de desenvolvimento do País.

Durante o evento, foi solicitado aos Tribunais de Contas um levantamento das obras paralisadas nos Estados, para que fosse montado um quadro geral da situação. O objetivo é fomentar a continuidade e entregar, o mais rápido possível, os serviços públicos à sociedade, além de motivar um crescimento na economia com a criação de oportunidades de emprego.

Além dos Tribunais de Contas, há a previsão de que os representantes do Tribunais de Justiça, do Ministério Público, inclusive o MP de Contas, o governo federal, gestores estaduais e municipais, os legislativos, órgãos ambientais, entre outros participem do grupo.

Levantamento – Os Tribunais de Contas foram responsáveis pela elaboração de um diagnóstico das grandes obras suspensas e paralisadas no Brasil. O levantamento foi produzido a partir de uma pesquisa declaratória com os jurisdicionados, entre 15 de fevereiro e 15 de março de 2019, considerando uma margem de corte nos valores de contrato acima de R$ 1,5 milhão e execução a partir do ano de 2009.

Com base nesses critérios de referência, os Tribunais de Contas do Brasil detectaram 2.555 obras (paralisadas ou suspensas), com valores contratados que atingem a cifra de R$ 89.559.633.165,90. Nesse montante, foram identificadas 543 obras de creches e escolas paralisadas em todo o país, com financiamentos públicos que superam, somente nesses casos, a cifra de R$ 3,6 bilhões.

O presidente Fábio Nogueira reafirmou que o Sistema Tribunais de Contas estará sempre a postos para discutir pautas republicanas e colaborar para a solução da crise socioeconômica que o país enfrenta. “Somos guardiões do maior banco de dados da administração pública, possuímos instrumentos técnicos, tecnológicos e pessoal qualificado.  Todos esses recursos estão à disposição do Brasil”, assegurou.

O presidente do TCU, José Mucio, salientou que essa relação interinstitucional é muito salutar para os interesses da cidadania. De acordo com o ministro, essa é uma característica do Controle Externo Contemporâneo: a apresentação de resultados efetivos à sociedade.

Para o conselheiro Edilson Silva (CNPTC) essa cooperatividade, que se estabelece entre os órgãos da República, será capaz de apontar caminhos para a solução dos problemas sociais, sobretudo quando se trata da oferta de equipamentos de ensino. “Temos consciência de que nenhuma área é mais fundamental que a educação”, reforçou.

O presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Antonio Roque Citadini, foi um dos que demonstraram o maior interesse em contribuir com a estratégia. O conselheiro colocou a ferramenta ‘Painel de Obras Atrasadas ou Paralisadas’, desenvolvida pela TCE-SP, à disposição dos trabalhos.