23 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Rodrigo Maia diz que não tomaria cloroquina ‘receitada’ por Bolsonaro

Presidente da Câmara diz que ninguém sem ser médico tem o direito de sugerir o remédio

Maia: impeachment só se a PGR pedir a abertura de processo

O  presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) declarou que se contrair Covid-19 e Jair Bolsonaro recomendar a cloroquina ele não tomará.

Ele disse que “ninguém no País deve prescrever qualquer medicamentos para os outros sem ser médico”.

Maia fez seus comentários na noite desta quinta-feira, 21, dia em que participou de uma reunião com Bolsonaro e os governadores e tida como harmônica.

De forma mais descontraída que de costume, ele disse que a crítica construtiva ao governo é importante, que muitas vezes se sentiu desconfortável em relação ao presidente e que a culpa do ativismo judicial, tão criticada por parlamentares e integrantes do Executivo, é culpa dos próprios políticos que anos atrás procuraram muito os tribunais para impedir a tramitação de projetos e atos do governo.

Maia concedeu  pela internet, numa live, ao jornalista Magno Martins, e acompanhada por vários jornalistas.

Na oportunidade ele defendeu a importância do adiamento das eleições municipais por poucos meses para que os mandatos dos atuais prefeitos e vereadores não sejam prorrogados.

Disse, ainda, que considera o seu partido, o DEM, muito diferente do Centrão e contou, de maneira diplomática mas mantendo o tom de sempre, detalhes sobre suas divergências com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Quando perguntado sobre o motivo pelo qual não autoriza a abertura do pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro – há mais de 30 pedidos na Câmara e mais um  pedido coletivo, entregue por parlamentares de vários partidos e cerca de 400 entidades da sociedade civil organizada, Rodrigo Maia, dsconversou:

“Não posso falar sobre esse tema porque como presidente da Câmara terei de atuar na questão como um juiz”, afirmou, tentando mudar de assunto. Quando a pergunta foi repetida em relação à possibilidade de um futuro pedido da Procuradoria-Geral da República de impeachment, a partir do inquérito que foi aberto para apurar interferência do presidente nas atuações da Polícia Federal, ele desconversou ainda mais. Disse que “aí se trata de outra questão”.

“Nesse caso vou ter de instalar o processo atendendo à ordem da PGR, mas são situações diferentes”, argumentou, sem maiores explicações sobre se vai considerar ou não os pedidos que estão na sua mesa desde o ano passado.