O cancelamento e adiamento das festas de São João em função da pandemia do novo coronavírus deve resultar em um prejuízo de pelo menos R$ 1 bilhão na economia dos principais estados do Nordeste.
A estimativa refere-se apenas às maiores festas juninas de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Bahia, só que esse impacto pode ser muito maior, pois são realizados arraiás de pequeno porte em quase todas as cidades nordestinas.
As cidades de Caruaru (PE) e de Campina Grande (PB), que realizam as duas festas de São João mais famosas do Brasil, deixaram de movimentar, juntas, R$ 400 milhões durante o período junino. Em Mossoró (RN), a festa previa uma movimentação de R$ 94 milhões, impacto frustrado pela pandemia.
Além da festa em si, o ciclo junino impacta toda uma cadeia produtiva, que inclui a produção de pratos típicos, licor artesanal, fogos de artifício, transporte aéreo, rodoviário, hotelaria e até aluguel por temporada de casas.
Na Bahia, onde as principais festas são pulverizadas em várias cidades de médio porte, o governo estima que o São João movimenta cerca de R$ 550 milhões na economia.
Em 2019, apenas as prefeituras baianas investiram cerca de R$ 190 milhões em serviços relacionados às festas, como a montagem de estruturas, atividades culturais e contratação de artistas.
Coronavírus
O Nordeste é a região com a maior incidência de casos: 693,8 a cada 100 mil habitantes. Isso faz com que a região quase empate com o Sudeste em número de casos confirmados: 396 mil contra 397 mil.
É também a regão com a maior mortalidade: quase 30 mortes a cada 100 mil habitantes. Quase 17 mil pessoas morreram durante a pandemia, na região, atrás apenas do Sudeste, que contabiliza mais de 24 mil.