Se algum dia o decoro e a liturgia do cargo foram itens sagrados nas relações políticas e institucionais entre os humanos, no Brasil de hoje tudo foi para a lata do lixo. Com o maior descaramento explícito já visto.
Depois que Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, deu banana para jornalistas na porta do Palácio do Alvorada, dias atrás, nesta terça-feira, 18, foi a vez do filho, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), fazer o mesmo com mulheres deputadas que defendiam a jornalista da Folha de S. Paulo, Patrícia Campos Mello, no plenário da Câmara. Achou pouco e ainda mandou irem “raspar o sovaco por que fede”.
Não se poderia esperar outra coisa, quando o exemplo vem do pai. No inicio da semana, Jair Bolsonaro insultou a jornalista Patricia Campos Mello, ao fazer uma insinuação sexual quando disse que ela “queria dar o furo”. A declaração viralizou como uma afronta à dignidade da mulher.
Tal pai, tal filho. Se o presidente da República não dar o bom o exemplo, o rebento piorou. São toscos, mal educados, despreparados e levianos. Fazem da vulgaridade e do desrespeito mais uma arma para atirar contra a dignidade das pessoas.
Em síntese: Ou está tudo muito louco, ou a sociedade partiu para legalizar o descaramento de vez. É triste. Mais ainda é assustadora e deprimente essa relação “política” da atualidade.
Chegamos a um estágio de calhordismo tamanho que há gente aplaudindo tudo isso, como se fosse um feito glorioso de governo.
Mas é doentio e ultrajante. Até para uma gente que gosta de bater no peito e dizer que quer o bem do País.
Imagine.