Uma reportagem da revista Veja nesta sexta-feira, 06, traz um paiol de acusações contra o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), atual líder do Centrão no Congresso Nacional.
A matéria, assinada pelo repórter Hugo Marques é chumbo grosso. Diz inclusive que Lira enfrenta denúncias em série de sua ex-mulher, Jullyene Lins, que o acusa de ter um patrimônio oculto de pelo menos 40 milhões de reais, “amealhado graças a desvio de recursos públicos”.
Segundo Veja, a denúncia da mulher não é desinteressada. Isso por que ela cobra na Justiça 600 000 reais em pensão para os dois filhos do casal. Para comprovar que o ex-marido mantém um patrimônio clandestino, juntou ao processo recibos de compra de fazendas, extratos bancários e informações sobre laranjas. “Quando me separei, eu tenho uma relação de próprio punho que ele fez. Eram 11,5 milhões de reais em bens em 2007”, diz Jullyene.
A revista trata o deputado alagoano como um ex-soldado do Centrão de Eduardo Cunha, aquele grupo suprapartidário especializado em negociar apoio ao governo em troca de cargos e emendas.
Destaca que no terceiro mandato consecutivo na Câmara, Arthur Lira ocupa o cargo de líder do Progressistas e já figura entre os pré-candidatos à sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) no comando da Casa. A eleição será em fevereiro de 2021.
O deputado enfrenta dois processos no Supremo Tribunal Federal (STF) — um por corrupção passiva, acusado de embolsar 106 000 reais em propina, e o outro por participação no chamado “quadrilhão do PP” – e terá, portanto, uma série de obstáculos a vencer para conquistar o voto dos colegas e chegar a presidência da Câmara.
Defesa – Ouvido pela reportagem, o deputado Arthur Lira disse que não tem patrimônio oculto e declarou que as acusações da ex-mulher não passam de uma tentativa de extorsão.
“Ela é uma vigarista profissional querendo extorquir dinheiro, inventando histórias. Meu patrimônio é o que está declarado no TSE.”, concluiu.